Ironias da solidariedade cuidado e crueldade na financeiriza??o da ?frica do Sul p?s-apartheid

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At? 1994, quando vigia o regime segregacionista de apartheid na ?frica do Sul, a popula??o negra n?o tinha acesso aos direitos b?sicos no pa?s. Assim, tampouco eram vistos como clientes pelas grandes empresas. Com a elei??o de Nelson Mandela e o fim do apartheid, acentuou-se o processo de financeiriza??o do pa?s e s? ent?o os negros passaram a serem tratados como potenciais clientes para o capital em geral, e para as seguradoras, especificamente. Nos dias atuais, em algumas periferias (townships) sul- africanas, como Indawo Yoxolo e Tembani, na Cidade do Cabo, ao menos 75% da popula??o afirmam possuir ap?lice de seguro, e 63% uma ap?lice funer?ria. ? desse cen?rio de mudan?a t?o brusca que o antrop?logo Erik B?hre parte neste instigante livro. Escapando de respostas f?ceis, como responsabilizar exclusivamente o neoliberalismo ou o homo economicus, j? que o Estado sul-africano ?, segundo sua abordagem, desenvolvimentista, o autor opta pela no??o de financeiriza??o, em sua dimens?o ir?nica, a partir do fil?sofo estadunidense Richard Rorty (1989). A ideia central ? que no processo da financeiriza??o sul-africana opera uma no??o de solidariedade, no que ela cont?m de paradoxal. Nas palavras do autor: "A solidariedade d? ensejo a formas particulares de cuidado e ao mesmo tempo introduz crueldades espec?ficas. Neste livro sugiro um modo de analisar o cuidado e a crueldade como dois lados da mesma moeda e revelar como tais din?micas dependem das circunst?ncias hist?ricas, sociais, pol?ticas, econ?micas e culturais espec?ficas". Conhecer as mudan?as sociais, ontol?gicas e intersubjetivas desse processo, numa prosa elegante e bem fundamentada, ? o convite que a obra de B?hre nos faz.画面が切り替わりますので、しばらくお待ち下さい。
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